26/12/2011

Espírito Natalino o ano todo: Vanderlei fala sobre esporte e inclusão social Em entrevista, medalhista olímpico conta como está o instituto que leva o seu nome e aproveita a época do ano para fazer pedido ao Papai Noel

Perto do fim de ano, o espírito natalino toma conta do coração das pessoas. Mas nem para todo mundo as boas ações e a luta por um mundo melhor aparecem apenas perto do Natal. Este é o caso de Vanderlei Cordeiro de Lima. Medalhista olímpico em Atenas, 2004, Vanderlei há três anos leva adiante um projeto esportivo para crianças. Elas têm a oportunidade de treinar, praticar e crescer profissionalmente dentro de esporte, mas não só isso. O Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima busca acompanhar o rendimento de seus pequenos atletas no colégio e dar força para que eles se tornem cidadãos. Vanderlei Cordeiro com os seus atletas de atletismo do Instituto (Foto: Divulgação) Vanderlei ficou conhecido mundialmente após ter sido empurrado por um "padre" irlandês quando liderava a maratona, nas olimpíadas de Atenas, e, mesmo assim, ter tido forças para se levantar, seguir em frente e terminar a prova em terceiro lugar. A superação do atleta e suas palavras de espírito esportivo após a competição fizeram dele um ídolo. Na infância, o atleta, agora aposentado das ruas, encontrou dificuldades e vivia de forma humilde. Mas sua aptidão para o atletismo fez com que ele vencesse na vida. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Vanderlei contou sobre o projeto e aproveitou o momento para fazer até um pedido para Papai Noel. Confira. GLOBOESPORTE.COM: Como surgiu a ideia de investir em projeto de esporte para criança? VANDERLEI CORDEIRO DE LIMA: Desde criança sempre tive que batalhar muito pelos meus sonhos. Participar dos Jogos Olímpicos e conquistar uma medalha foi a realização de um deles, resultado de muito esforço, treino e dedicação. Com certeza os valores que aprendi na infância contribuíram para que eu tivesse uma carreira vitoriosa e sempre tive vontade de estruturar um projeto para crianças e adolescentes. Amadureci a ideia com o Ricardo D´Angelo, meu treinador, e quando parei de competir profissional pude me dedicar ao Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL), que promove inclusão social através do esporte. Eu não tive esse apoio quando comecei e é exatamente isso que me motiva. Qual o principal foco do projeto? Os meninos também têm aulas de surfe (Foto: Divulgação) Contribuir para a ampla formação dos participantes, utilizando o esporte como meio para crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes. O IVCL está estruturado em três grandes núcleos: esportivo, educacional e profissionalizante. A única exigência para entrar no projeto é estar matriculado na escola e comprovar as notas e frequências escolares. Queremos formar grandes pessoas lá, mas encontramos também muitos com potencial para seguir a carreira de atleta. Como você teve acesso ao atletismo quando criança? Meu primeiro contato com o atletismo foi na escola, em Tapira (PR), onde minha família morava. Fui inscrito pela escola em uma prova de rua na região e com o resultado percebi minha aptidão para o atletismo. Não tinha nenhum projeto, nenhuma estrutura. O que você como grande atleta que foi tenta passar para as crianças? Minha família é de origem humilde e trabalhávamos nas lavouras do interior do Paraná. Mesmo a rotina sendo dura, nunca me faltou nada e devo muito aos meus pais, que sempre batalharam pela educação dos filhos. Acho que tive boas oportunidades na vida e soube aproveitá-las. Olhando para trás vejo que tive uma trajetória brilhante sob todos aspectos: esportivo, moral, ético, financeiro. Me sinto um atleta realizado e acho que minha história de vida é um exemplo para essas crianças. Gostaria que todas aproveitassem a oportunidade que estão tendo. Assim como o esporte transformou a minha vida, pode transformar a deles também. Tem que acreditar, se dedicar e não desistir dos sonhos. E o que as crianças podem nos ensinar? Só o fato de estarem no projeto pra mim já é uma grande conquista. Poder proporcionar algo que elas nunca tiveram é muito gratificante, nos motiva a melhorar sempre, buscar novos parceiros, atender mais crianças. Acompanhar o desenvolvimento dos participantes é surpreendente. Qual pedido você faria ao Papai Noel para o ano de 2012 em relação ao seu instituto e às crianças que dele participam? Dar continuidade ao nosso trabalho! Desejo que 2012 seja ainda melhor, em todos os aspectos. Treino de atletismo no Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (Foto: Divulgação

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