13/07/2011

Após luta contra câncer, corrida transforma vida de gaúcho

Rafael não acreditava em nada até antes da doença
Rafael não acreditava em nada até antes da doença
Se você tivesse a oportunidade de nascer de novo, o que gostaria de fazer? Ser um velocista, um triatleta ou um fundista? Rafael Zobaran decidiu ser ultramaratonista, após superar um câncer bastante agressivo, dez anos atrás. “Fui diagnosticado quando estava com 27 anos e num primeiro momento negava a situação, mas meu quadro clínico era grave, num estágio bem avançado. Tive que fazer uma cirurgia de urgência, depois mais um ano de quimioterapia”, relembra.
Apesar do sofrimento, o ultramaratonista afirma ter sido surpreendido, pois aquilo que pensava ser o “fim da linha” era apenas um recomeço. “Quando recebi alta médica, já tinha alterado muito a forma de enxergar a vida, mesmo assim fui atrás de cursos de meditação e estudei filosofia, antes eu era ateu. Também comecei a perceber que além da mente e do espírito harmonizados, precisava melhorar meu corpo”.
A corrida, de acordo com o gaúcho, fez parte de um grande processo de crescimento, que não havia sido planejado e aconteceu por acaso. “Foi um dos projetos mais audaciosos da minha vida, um projeto de reconstrução, pois grande parte das experiências ruins que até então tinha enfrentado nada mais foi que uma conseqüência de escolhas erradas. Hoje descobri uma força interior que jamais sonhei em ter”, acredita Rafael, pai de um menino de dois anos.
Inicialmente, o esportista estava um pouco acima do peso e começou com caminhadas leves no parque, em seguida passou a trotar e foi aumentando o ritmo até correr cinco quilômetros; evoluiu para os dez e completou uma meia. “Eu sempre quis fazer uma prova de 21 quilômetros e, quando isso aconteceu, imaginava o quanto seria difícil uma maratona, que era coisa só para super-heróis”, brinca.
Felizmente o dia de completar 42 quilômetros chegou e a partir daí Rafael só queria mais desafios, tanto que este ano, aos 40, estreou na Travessia Torres-Tramandaí , uma ultra de 85 quilômetros no Rio Grande do Sul, no dia cinco de fevereiro. “Também participei de outras três ultramaratonas neste primeiro semestre, entre elas a Maratona Bertioga Maresias, com distância de 75 quilômetros, onde acabei passando muito mal e achei que não seria capaz de finalizar o trajeto”, finaliza Rafael Zobaran, que agora tem mais quatro desafios para o próximo semestre. 

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